segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Tempo que refaz o que desfez.

De um sol que morre e renasce, transformando cada fim de noite em um novo dia. Dos dias tão findos em si mesmos, tão certos do seu tempo, do seu espaço, do que é seu e do que não é. Dos ciclos, que por assim serem, se repetem em forma, mas nunca em essência. De um renascimento espiritual que se sustenta na certeza da mudança de sempre, mas tropeça na idéia vaga da esperança. Da beleza estonteante e frágil que perde seu brilho ao se deparar com todas as idas, mas que recupera a sua luz com todas as vindas. Da esperança que não conhece o seu começo e, portanto não pode ter fim. De qualquer coisa que muda e que não suporta a condição do sempre, que reinventa a arte do espontâneo, supera os limites da estabilidade. De amores que nascem firmes na certeza do talvez, crescem fortes na finitude da eternidade, morrem para sempre por um momento e renascem certos das incertezas todas. Das mudanças constantes, das transformações sutis, de todo o tempo que refaz o que desfez.

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