segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Sobre o futuro projetado.


Numa sempre diversa realidade feita de gente que vem e não sabe se fica, gente que vai deixando nada mais que uma saudade desconcertante de tudo aquilo que nem chegou a ser (ainda que por um instante tenha sido) e acabou por se perder nos caminhos incertos de quem não sabe para onde ir.

Promessas tantas vezes repetidas e insistidas de que tudo passa, de que a supremacia de um tempo cruel ameniza (no futuro) as dores do seu tempo presente. Não que se espere mais do que se possa ter, não que se deseje o que os olhos nem sequer podem ver, não que os sonhos sejam feitos de lembranças dos breves momentos que o coração não deixa esquecer.  Não que pudesse ser assim, não que eu quisesse que fosse, mas é.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Tempo que refaz o que desfez.

De um sol que morre e renasce, transformando cada fim de noite em um novo dia. Dos dias tão findos em si mesmos, tão certos do seu tempo, do seu espaço, do que é seu e do que não é. Dos ciclos, que por assim serem, se repetem em forma, mas nunca em essência. De um renascimento espiritual que se sustenta na certeza da mudança de sempre, mas tropeça na idéia vaga da esperança. Da beleza estonteante e frágil que perde seu brilho ao se deparar com todas as idas, mas que recupera a sua luz com todas as vindas. Da esperança que não conhece o seu começo e, portanto não pode ter fim. De qualquer coisa que muda e que não suporta a condição do sempre, que reinventa a arte do espontâneo, supera os limites da estabilidade. De amores que nascem firmes na certeza do talvez, crescem fortes na finitude da eternidade, morrem para sempre por um momento e renascem certos das incertezas todas. Das mudanças constantes, das transformações sutis, de todo o tempo que refaz o que desfez.

domingo, 15 de maio de 2011

Qualquer Hora é Sempre.


Amor não é válvula de escape e nem segurança de felicidade. Não é contrato de companheirismo e nem certeza de eternidade.
Duas pessoas continuam sendo duas pessoas e precisam mais do que uma à outra para viverem.

Amor é sempre o que mais importa e aquilo que menos conta no final

Relacionamento não é prisão ou controle e muito menos dívida eterna. É escolha instável, mutável e imprevisível.

O fim acontece muito antes do término e nada volta a ser como foi um dia.

Pessoas não são esquecidas e nem substituídas, mas são superadas e guardadas em seus devidos lugares.
Amores são eternos pelos segundos vividos e lembrados, depois disso são só amados.

------------------------------------------
“Eu quero é me livrar, voar, sumir, perder... Não sei querer mais.”

sábado, 30 de abril de 2011

Hoje Sonhei com Você...


Ainda não sei quem você é, mas sei que me fez um bem sem tamanho.
Com seu olhar delicado, seus braços largos e sua voz imponente.
Não pensei duas vezes antes de abrir um sorriso e correr na direção do que me trazia paz.
Desconheço qualquer coisa sobre quem seja, de onde vem ou pra onde quer ir.
O que eu sei é que a sua presença acalmou os meus sonhos, quase sempre tão agitados e vazios...
Sonhos que me machucavam a cada segundo, que me levavam de volta a uma história que já deixou de existir.
Eu não sei quem é, e isso agora não importa, acordei com um tanto de esperança...
Lembro que dizia seu nome, mas não sei por que ele se apagou da minha lembrança.
Lembro que sorriamos compassadamente e quase sempre.
Lembro que dividíamos caixas de segredos e vidas tão pesadas.
Seja lá quem fostes; a minha vida te espera, não demore.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Não precisa ser para hoje, mas precisa ser para sempre.

Por sonhar um sonho qualquer, ela pode imaginar a vida que quiser. Não precisa ser pra hoje, mas precisa ser para sempre.

Mais um pouco de atenção, hoje o tudo é quase nada e o quase nada é quase sempre o que nos basta. Um pouco mais de um pouco menos, um tanto menos de um tanto mais.

Porque um dia, na verdade, as coisas se encaixam, as pessoas se encontram, o mundo faz sentido e nos faz feliz. Porque a dor é sempre passageira e tudo isso é bem menor do que “aquilo lá” que te espera. As pessoas não te deixam, elas apenas não mereciam que você compartilhasse a vida com elas. Não devemos nos preocupar, pois tudo que machuca é em prol de um bem maior, de um aprendizado extraordinário que te fará uma pessoa obviamente bem melhor do que és hoje.

A doença é provação, a solidão é autoconhecimento, a tristeza é um momento, a raiva é um relapso, a decepção é um ensinamento, a desconfiança é um alerta, o sofrimento é opcional, a vida é só de passagem, a morte é um descanso e tudo tem seu lado positivo.

Parece mais fácil achar justificativas coerentes do que enfrentar o que está estampado na evidência. E desde quando sua vida é um disco de vinil para ter lados? Por acaso és uma pilha para ter pólos? Por que negar o que cada um sabe o que é sentir?

O que nos faz pensar que seres vivos e mortais carregam consigo a mágica e deslumbrante ilusão de que tudo o que machuca, na verdade, na verdade mesmo, esconde em si o segredo do sorriso mais sincero?

Não venha me dizer que tudo vai passar, porque a vida é contínua, ela não pausa e nem apaga um só segundo. Carrego comigo cada dor e cada alegria. Dói o que tem que doer e é ruim o quanto e até quando tiver que ser.

A doença amedronta, a solidão machuca, a tristeza parece eterna, a raiva é cega, a decepção dói pra caramba, a desconfiança destrói, o sofrimento nunca foi uma opção, a vida é tudo que conhecemos, ninguém nunca morreu para saber se há descanso e o lado negativo existe sim!

Porque eu sou constante na inconstância, não abraço a realidade ensinada, não fecho meus olhos para o nada. Eu quero mais.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Do lado de cá...


Nenhum outro amor preenche o vazio que você deixou.