terça-feira, 26 de outubro de 2010

Hoje ela sabe no que acredita.

Podia acreditar em fadas, duendes e príncipes... Sim, acreditava em papai Noel, nas mágicas, nas mentiras... Acreditava, sobretudo, naquilo que um dia disseram para ela: Não existe!

Acreditava tanto e com tal intensidade que duvidava da sua própria insanidade tão sã. De nada adiantava contestar. Em meio ao vazio que sempre lhe segurou com força e dedicação, sentiu a força do silêncio e o arrepio do ar gélido, sempre tão quente, sempre tão nada, sempre um ar de “pra sempre”... Que não existia.

Mas ainda assim acreditou, mas já não sabia no que.

Acreditava, talvez, em tudo que se fazia presente, mesmo que invisível, em tudo que não estava lá quando ela procurava.

Acreditava nas coisas simples, nas coisas mágicas, nas imperceptíveis.

Acreditou quando lhe disseram que as pessoas, no fundo bem fundo, são boas!
Acreditou... Mesmo que sua crença fosse a certeza de que aquilo não era real, não era possível, não era seu. Mesmo acreditando na mentira que fingia lhe convencer sempre.

Acreditava, sim, nas histórias tão bem contadas antes de dormir... Acreditou em tudo que lhe pediram para acreditar, em tudo que lhe era cabível, ou não!

Mas certo dia contestou a verdade do que lhe preenchia seu espaço, seu vazio. Ela acreditou em tudo... Pra sempre e sempre. Era isso.

E por mais que ainda não tenha achado ninguém pra lhe dar a mão e viver com ela pra sempre em mais um dia, nunca deixou de crer, de viver e de fazer disso o que te alimenta a alma.

Sim, ela bem sabe que o tal pra sempre pode, inevitavelmente, nunca bater à sua porta... Ou simplesmente brincar de aparecer por um tempo e depois partir... Mas do que importa? Não importa se é com ela... Não importa se um dia vai ver, não faz diferença se mais alguém acredita... É a sua verdade. Acreditar em amores eternos, acreditar no amor pra vida toda, fazer de encontros o seu encontrar-se. E daí se ela morrer tentando? Nada vai tirar da sua cabeça que o pra sempre existe, que as relações não precisam nascer com hora para morrer, que o amor, hoje em dia tão solúvel em nada, pode ser o que há de mais forte.

Sim, ela acredita no amor... Em contos de fadas, em príncipes encantados... Acredita em tudo que arranca de si um suspiro aliviado, um brilho indescritível nos olhos, um sorriso bobo, frações de segundos em silêncio, momentos pra não pensar em nada e se entregar aos devaneios.

Podem correr e dizer para ela mais uma vez: Não existe, boba! Digam quantas vezes forem necessárias, repitam até o ar faltar!

Hoje ela sabe no que acredita, acreditem!

Um comentário:

  1. Ela sabe muito bem o que é que se espera de uma mulher...
    mas não quer nem saber, ela manda a ver... e vai a luta, não escuta ninguém...

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